fonte: SinMed/RJ
Os médicos pediatras do Hospital Estadual Carlos Chagas (HECC) vivem dias de tensão na unidade. Como a chefia do setor de Pediatria determinou modificações na carga horária, os médicos da Enfermaria, além de cumprirem oito horas diárias, de segunda a sexta-feira, com rodízios nos finais de semana , terão que complementar 12 horas de trabalho por dia com plantões na Emergência do hospital. “O problema não é o aumento da carga horária, mas, sim, a perda da qualidade do serviço, pois esses médicos são pediatras concursados para o atendimento – nas enfermarias e ambulatórios – das crianças que procuram o hospital”, alertou a diretora do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed/RJ) e médica do HECC, Monica de Azevedo Vieira.
De acordo com matéria veiculada pelo jornal O Globo, as Unidades de Pronto Atendimento (Upas) da Ilha do Governador e de Itaboraí vão suspender seu atendimento, a partir desta sexta-feira (01), e após a reabertura passarão a atender apenas crianças com até 14 anos.Os médicos do Carlos Chagas temem que essas medidas possam representar o fim do serviço de Pediatria no hospital, assim como foi feito com a especialidade de Ortopedia, que foi totalmente transferida para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, há alguns anos.
“A Emergência do HECC conta com 34 médicos e é autossuficiente, assim como a Enfermaria. Não existe projeto para a Pediatria; parece que o projeto é acabar com o setor e lotar os pediatras nas UPAs. Agora, imagina mandar para a Ilha do Governador uma criança que é atendida em Marechal Hermes?”, questionou Mônica Vieira. O Departamento Jurídico do SinMed/RJ está tomando providências e, em parceria com o Ministério Público, buscando soluções para a crise da saúde pública no Rio de Janeiro.
Na próxima segunda-feira (04), o SinMed/RJ vai realizar um ato público na porta do HECC contra a modificação da carga horária dos pediatras e o remanejamento de profissionais de outras unidades para o HECC, em favor da regularização dos salários, de melhores condições de trabalho e de atendimento eficiente à população. Além de reunir médicos e sindicalistas, o evento contará com o apoio da população.
